As diferentes formas de relevo em Minas Gerais, somadas às de solo e clima,propiciaram paisagens muito variadas, recobertas por vegetações características, adaptadas a cada um dos inúmeros ambientes particulares inseridos no domínio de três biomas brasileiros: o Cerrado, a Mata Atlântica e a Caatinga. É possível, assim, entender a ocorrência de vegetações distintas em ambientes semelhantes do ponto de vista topográfico e mas com características locais particulares (Martins, 2000).
Enquanto o domínio do Cerrado, localizado na porção centro-ocidental, ocupa cerca de 57% da extensão territorial do Estado, o domínio da Mata Atlântica, localizado na porção oriental, perfaz mais de 41% da área do Estado. O domínio da Caatinga, restrito ao norte do Estado, ocupa menos de 2% do território mineiro.
De modo geral, a paisagem transita para o cerrado ao sul e a oeste, para a região dos campos rupestres ao centro e para a floresta atlântica a leste, exibindo fases de transição de difícil caracterização, ou como manchas inclusas em outras formas de vegetação. As comunidades hidromórficas, como as veredas e os campos de várzeas, aparecem em menor escala, incluídos nos biomas.
Apesar do fortalecimento da consciência ecológica na sociedade e da existência de inúmeros instrumentos legais para a proteção de espécies e ecossistemas, a degradação da flora do Estado continua avançando de forma preocupante. A identificação de áreas e ações prioritárias para conservação da biodiversidade é fundamental para a elaboração de estratégias que permitam concentrar os esforços e recursos disponíveis, de modo a subsidiar as políticas de ordenamento territorial.
Nesse sentido, foram indicados os seis corredores, anteriormente relacionados, nos diferentes biomas do Estado, conectando unidades de conservação, áreas prioritárias de diferentes categorias de importância biológica e remanescentes de vegetação natural ainda pouco conhecidos. O estudo das variações florísticas e estruturais, através de esforços imediatos na realização de levantamentos detalhados da flora em conjunto com outros grupos taxonômicos, considerando também aspectos físicos sócio-econômicos, permitirá a identifição de fragmentos mais bem preservados e ordenará as ações para a instalação desses corredores. As principais ações recomendadas pelo grupo Flora, para a maioria das áreas prioritárias, foram a investigação científica, a criação de unidades de conservação e a promoção de conectividade entre fragmentos de vegetação natural.
Justificativa para inclusão da área e Taxa de representativos da área:
Área altamente ameaçada pela plantação extensiva de Pinus e Eucalyptos, associada à intensiva extração de sempre-vivas. Presença de espécies endêmicas e muito suscetíveis à ação antrópica. Áreas úmidas representativas: rios e veredas. Uma das únicas áreas em que ocorrem associados campos rupestres e veredas. Justificamos a mudança de categoria pelo fato de existir espécies endêmicas altamente ameaçadas pelo impacto antrópico e por se constituir em uma importante disjunção a oeste do Espinhaço que contém informações significativas para estudos de biogeografia e evolução na Cadeia do Espinhaço. Trabalhos de genética de populações de plantas indicam que, mesmo nas espécies de mais ampla distribuição, há uma significativa diferenciação genética. - Actinocephalus cabralensis (endêmica) e várias espécies de Euriocaulaceae. Espécies de Dioscorea. Pilosocereus aurisetus (Lista vermelha MG).
Importância Biológica: Especial
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